Já que o mestre Serafini pediu, vou escrever um pouco sobre realidade aumentada, realidade estendida, realidade amplificada ou realidade ampliada (escolham como preferem chamá-la).
Bom, vamos começar por um sujeito chamado Ray Kurzweil, que além de ser o inventor dos instrumentos musicais Kurzweil, é um daqueles geniozinhos da tecnologia que já previu uma série de tecnologias 15 anos antes delas aparecerem (não estou falando da mãe Dinah, estou falando de prever coisas que realmente aconteceram).
Abaixo, temos um vídeo onde o Sr. Raymond aparece em um programa bizarro de 1965 tocando uma música composta por um computador através de Inteligência Artificial, que ele mesmo desenvolvou no MIT.
Esse é o responsável por coisas que surgiram no nosso mundo como o OCR (reconhecimento de caracteres em imagens), reconhecimento de voz e sintese de voz. O homem resolveu se dedicar nos últimos anos as questões da augmented reality.
Vejam... quando ele apareceu na TV em 1965, inteligência artificial era coisa de ficção científica (tipo o HAL 9000 do Kubrick/Arthur Clark), e hoje, aquela AI está presente em 99% dos joguinhos de computador e videogame, portanto, dizer que chips implantados nos nossos orgãos é coisa de ficção científica, só sinaliza ainda mais que a coisa realmente vai acontecer. O inventor do celular, Martin Cooper, só o criou para tentar copiar o conceito inventado pela série Star Trek (a original, claro!).
A primeira coisa que passa na nossa cabeça por um "chip implantado no olho", ou um "projetor de imagens no fundo do cérebro" é um capacitor de 5cm enfiado com 25 terminais tipo agulha no nosso olho... esqueçam isto: estamos falando de nanotecnologia... microchips do tamanho de uma célula, ok? coisa imperceptível. Miguel Nicolelis, brazuca altamente reconhecido na gringolândia (lider de pesquisa em Neurociência na Universidade de Duke, EUA), já foi capaz de ligar sensores na cabeça de um macaco e permitir que o simio jogasse pong só com o pensamento. Também já foi um sucesso implantar membros externos em pessoas controlados diretamente pelos impulsos nervosos... e as pessoas que experimentaram comentaram ser exatamente como controlar um braço ou uma perna, simplesmente através da vontade.
Com este tipo de tecnologia, poderiamos por exemplo, ter uma cidade ou uma estrada sem placas... todo tipo de informação seria projetada em 3D em nossa visão. Apenas as informações que nos interessariam estariam sendo apresentadas, como em um GPS; ao pensarmos: "humm... gostaria muito de ir curtir o carnaval na Praia Grande", seu cérebro seria fritado automaticamente, digo, todo o trajeto para chegar lá seria apresentado para você com direcionamentos desenhados sobre as vias, que somente você veria.
Uma visita no museu? toda a informação sobre uma obra apareceria ao seu lado, sobre ela, ou em qualquer lugar que lhe conviesse. Alias, algumas obras nem precisariam estar lá, e seriam vistas mesmo assim.
Celulares? pra quê?? você poderia conversar com quem quisesse, falando simplesmente, e esta pessoa ouviria o que você estaria dizendo, como se estivesse do lado dela; alias, ela poderia vê-lo também, em 3D, exatamente a seu lado.
Um médico, com auxílio de nanorobos na sua circulação poderia ver suas entranhas como se sua pele tivesse sido arrancada do seu corpo... e você nem saberia.
Enfim, existe todo um pensamento aqui propondo que nosso mundo é muito bacana para o poluirmos com informações e quinquilharias de todo tipo, e que uma solução muito mais sofisticada, bela e eficiente seria criar uma camada sensorial artificial sobre ele, sem alterá-lo drasticamente. Viveriamos tanto o mundo da cultura (artificial) como o da natureza (natural), sem misturá-los. um equilíbrio quase zen, e muito elegante em termos de design. Este pensamento é o que alguns chamam de prometéico (mito de prometeus), onde consideramos que o corpo, a natureza e todas as coisas criadas por um Deus são importantes demais para invadirmos seu espaço e deturpa-las/reinventá-las/corrompê-las/transformá-las.
Uma etapa intermediária que já estariamos passando é o que se chama de computação ubíqua, que significa um mundo com cada vez mais computadores e processos realizados por computadores que não vemos e não nos damos conta que estão lá... essa linha de pensamento acredita que as pessoas não deveriam precisar notar a presença de máquinas e computadores no ambiente, mesmo eles estando lá, altamente ativos; assim como um sensor de presença liga a luz do corredor para você quando você entra no ambiente, computadores deveriam realizar uma série de atividades sem que você precisasse direcioná-los. Quem tem um bom antivirus no computador, entende um pouco o que isto significa... a maioria das ameaças é impedida automaticamente, sem que você esteja ciente; apenas nas decisões mais críticas, o software chama sua atenção. Os computadores e equipamentos eletrônicos em geral deveriam estar mais integrados no ambiente, não para escondê-los, mas para que não se tornassem objetos destacados/alienados nele, como se não fizessem parte do ambiente; computação e o ambiente onde habitamos ou as ferramentas que usamos poderiam ser uma coisa só.
Ainda não há também algo 100% ubíquo, mas podemos dizer que uma interface como a do iPhone é bem mais ubíqua do que a da maioria dos celulares que conhecemos.
Abaixo alguns exemplos disto:
Por fim, um jogo real para Linux feito com base em Augmented Reality; você joga na tela do computador, mas utiliza um cubo de papel para controlar o jogo que é um puzzle chamado LevelHead.
Ou essa bizarrice japonesa, que... bem... vejam, eu não vou nem comentar.
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5 comentários:
Ok, ok, você venceu, belo post!
Preparem-se humanos!!!
Acho (quase) tudo até bem plausível, só não consigo imaginar a cena surreal de alguém pensando "humm... gostaria muito de ir curtir o carnaval na Praia Grande"!!! hahaha... bizarro!
Devo dizer que gostei muito da idéia do GPS implantado no cérebro! Já estou desenvolvendo um guia de arquitetura perfeito para essa tecnologia! hehe...
Mas quando eu disse antes sobre continuarmos humanos, me referia a certos prazeres que nada substitui (sim, puro hedonismo!). E não me refiro apenas à marvada carne :)
A própria obra de arte que você citou por exemplo. Tudo bem, pode ser possível visitas virtuais a qualquer coisa ou lugar, mas por mais realista que seja, acredito que nada substituirá a experiência de vivenciarmos a autenticidade de uma obra de um grande artista (ou arquiteto, ou seja o que for) em sua forma, presença e constitutição original.
Não é a toa que atualmente, um dos pontos mais importantes e discutidos em termos de preservação cultural é a questão da autenticidade. Não que seja um conceito exatamente novo, mas as circunstâncias atuais, com tantas possibilidades tecnológicas já tão presentes, podem sem dúvida alterar por completo certos conceitos de entendimento da realidade.
Me empolguei... :) Abs, Sopa
Eu tenho por opinião que qualquer avanço na tecnologia é válido. O conceito pode se tornar inútil ou ultrapassado, mas é um meio para um fim, e pode servir de inspiração para alguém criar alguma nova tecnologia realmente útil.
Eu havia pesquisado sobre essa realidade aumentada, se seria viável aplicá-la no mundo dos games, e achei algo antes da geração playstation:
O Gizmondo foi um console portátil produzido em 2000. Tinha varios recursos comuns até nos celulares hoje, mas o mais interessante é sua Realidade Aumentada (Augmented Reality), que usava a camera do console e esse "tapete" que definia os eixos do plano, similar ao que existe hoje em jogos do Playstation 3.
O jogo cria o cenário com base no plano, bem interessante.
Clica aqui para ver o Gizmondo em ação!
eu achei esse post chato até ver q da pra bater na pervinha virtual
hahahahahahaha
hahaha! Silvão Mala e tarado!
AR é um mercado promissor... Uma boa oportunidade de pesquisa e investimento.
Infelizmente ainda não achei nenhum programa fácil e sem bug (se não é conflito com a WeBcam é com a Placa de vídeo) para apresentar um 3D pro meus chefes gringos.
Apesar de encontrar vários pacotes opensource da uma preguiça danada gastar horas para fazer tudo na hand.
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