Boa noite, Zoo pípou!
Já não era sem tempo de eu postar o que deveria postar desde o convite da Valery pra participar daqui. Eu tava só aquecendo, ok!
Bom, vamos começar a falar de Cartaz de Teatro Político, então.
Primeiramente, fica aqui o meu espanto em relação à falta de pesquisa sobre o assunto. E em segundo lugar, meu espanto com publicadísssimo designer que escreve sobre design gráfico no Brasil nos anos 60, que chamaremos de Homem. O cara é o cara, eu sei. É exatamente por isso que me espanta o fato de em todos os seus volumes sobre a história design gráfico no Brasil, não haver nem unzinho cartaz de teatro dessa época sequer, pasmem. Ainda mais quando se fala de teatro político em plena ditadura militar: convenhamos que os artistas e atores eram nada menos que guerreiros e que se é que houve uma coisa boa que a ditadura produziu foi o crescimento criativo. Tendo dito isso, vou além: Não adianta falar que é difícil conseguir cartaz dessa época, não adianta. Difícil é ganhar na loteria. Difícil é encarar o Chuck Norris. É catar coquinho na descida ou matar cachorro a grito... Mas não me venha escrever na página 49 do livro que, e e eu cito - "Em razão dessas peculiaridades, é difícil eleger quais os cartazes mais significativos, e mais difícil ainda obtê-los.” Se uma aluna do interior de Sumpaulo conseguiu uma vasta coleção de mais de 100 cartazes que abrangem desde o primeiro cartaz até 1987, com Ziraldo indo à loucura com o menino maluquinho, deixo aqui o meu apelo: A LITTLE LESS CONVERSATION AND A LITTLE MORE ACTION. (elvis).
Bom, chega de lenga-lenga, o desabafo foi chato, eu sei, mas já passou.
Vou começar com uma comparação que é uma delícia.
TEATRO DE OPOSIÇÃO X TEATRO COMERCIAL.
Já não era sem tempo de eu postar o que deveria postar desde o convite da Valery pra participar daqui. Eu tava só aquecendo, ok!
Bom, vamos começar a falar de Cartaz de Teatro Político, então.
Primeiramente, fica aqui o meu espanto em relação à falta de pesquisa sobre o assunto. E em segundo lugar, meu espanto com publicadísssimo designer que escreve sobre design gráfico no Brasil nos anos 60, que chamaremos de Homem. O cara é o cara, eu sei. É exatamente por isso que me espanta o fato de em todos os seus volumes sobre a história design gráfico no Brasil, não haver nem unzinho cartaz de teatro dessa época sequer, pasmem. Ainda mais quando se fala de teatro político em plena ditadura militar: convenhamos que os artistas e atores eram nada menos que guerreiros e que se é que houve uma coisa boa que a ditadura produziu foi o crescimento criativo. Tendo dito isso, vou além: Não adianta falar que é difícil conseguir cartaz dessa época, não adianta. Difícil é ganhar na loteria. Difícil é encarar o Chuck Norris. É catar coquinho na descida ou matar cachorro a grito... Mas não me venha escrever na página 49 do livro que, e e eu cito - "Em razão dessas peculiaridades, é difícil eleger quais os cartazes mais significativos, e mais difícil ainda obtê-los.” Se uma aluna do interior de Sumpaulo conseguiu uma vasta coleção de mais de 100 cartazes que abrangem desde o primeiro cartaz até 1987, com Ziraldo indo à loucura com o menino maluquinho, deixo aqui o meu apelo: A LITTLE LESS CONVERSATION AND A LITTLE MORE ACTION. (elvis).
Bom, chega de lenga-lenga, o desabafo foi chato, eu sei, mas já passou.
Vou começar com uma comparação que é uma delícia.
TEATRO DE OPOSIÇÃO X TEATRO COMERCIAL.
Na década de 60, os antagonismos teatrais estavam cada vez mais evidentes no cenário nacional. Inúmeras peças teatrais davam o enfoque político de maneira mais ou menos sutil, não declarada ou aberta. O objetivo disso era semear a transformação social. Após 1964, o teatro de oposição procurava questionar as atrocidades do regime ditatorial enquanto o teatro comercial seguia fazendo negócios com a massificação do showbusiness. Analisando alguns cartazes é possível notar as diferenças entre projetos políticos e poéticos existente nesses grupos teatrais.
Não vou dizer mais nada. Vejam por vocês mesmos a diferença abismal quando usado um mesmo tema: o amor eros, entre homem e mulher, e ainda, no mesmo ano.
Não vou dizer mais nada. Vejam por vocês mesmos a diferença abismal quando usado um mesmo tema: o amor eros, entre homem e mulher, e ainda, no mesmo ano.
Bom, mesmo se tratando de peças que discutem o relacionamento conjugal, é possível perceber por meio dos seus cartazes que as duas companhias teatrais adotam posturas diversas, mesmo dentro do chamado “teatrão”.
No cartaz da peça “Isso devia ser proibido”, de Bráulio Pedroso, encenada no Teatro Cacilda Becker, a imagem vem em duotônico amarelo e preto. Parece querer chamar a atenção do espectador por aquilo que é proibido. Uma mulher está com o corpo colado ao de um homem com nítida expressão de intimidade e malícia. Ela, usando maquiagem pesada nos olhos, está com os cabelos soltos fumando um cigarro que ele segura em sua boca. O olhar que o homem dirige a ela, é um olhar malicioso.
Apesar da sutiliza da imagem, é possível perceber que existe um envolvimento extraconjugal entre eles e os dizeres: “isso vai perturbar você, mesmo que seja inacreditavelmente feliz no seu casamento”. Impresso em off-set, esse cartaz se assemelha com um cartaz do Cinema Novo. Seu visual gráfico é mais refinado do que geralmente os cartazes de teatro da época.
A imagem sugere a quebra dos padrões vigentes na época, é altamente liberal. O papel da mulher submissa, resignada e pura, dá espaço para a imagem de uma mulher ousada e liberal. Aqui, tanto quanto o homem, ela tem direito de buscar e sentir prazer naquilo que faz.
Já no cartaz da peça “O Pecado Imortal”, de Pedro Bloch, encenada pelo Serviço Nacional de Teatro, o conservadorismo é mostrado por uma imagem romântica de um casal. Ele usa farda militar, tem expressão austera, rígida, transmitindo ao mesmo tempo superficialidade no olhar; a imagem o mostra distante e sem envolvimento afetivo, mesmo ao segurar uma mulher nos braços. Ele a segura de maneira dominadora. Em contra-partida, a mulher está com postura de total submissão e veneração à figura do homem. Seu olhar apaixonado demonstra fragilidade e dependência total daquele que a domina como quem implora para ser amada e respeitada. Pela imagem do cartaz, ainda é possível perceber a mulher impossibilitada de lutar por seus direitos, mas obrigada a cumprir com tudo aquilo que lhe era imposto como dever.
Bom, e o assunto dá pano pra manga...
Semana que vem eu posto outra comparação, desta vez com cartazes da peça Os Inimigos de Gorki X Como vencer na vida sem fazer esforço, contrapondo a imagem de cada 'teatro' sobre a relação patrão x empregado.
2 comentários:
Muito interessante ! Gostei muito do enfoque e já estou esperando pelo próximo.
Agora um pedido: poste as imagens maiores ! Assim a gente pode ver melhor os detalhes das peças gráficas sem ter que sair do campo da postagem ...
Muito bom! Pois é, picareta é o que não falta... Animal o cartaz, mas essa pouca vergonha devia mesmo ser proibida! hehe... Parabéns pela pesquisa, tb quero ver os próximos!
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